Pôr-do-sol


Fim de tarde
Céu alaranjado
Em frente ao rio
E engulo seco

Sol imenso começa a baixar
E percebo a respiração alterada

Reflexo no rio forma outro
Perpendicular rio
Especial, efêmero, de luz
E sinto os seios

Conforme baixa troca de cores
Inúmeras vezes troca de cores
E meu corpo é todo arrepios

Frente ao sol que baixa
Frente ao rio de luz
Direto, em minha direção
E ali, parada, receptiva
Boca seca
Mamilos explodem
Febre sobe e desce no corpo

E sou inteira do sol
Que me ama forte
Até seu último raio
E some dentro do rio
Dentro de mim some

Resta-me o céu cor-de-rosa
Que contemplo em todas suas cores
Até escurecer
Dentro de mim

Comentários

Deise disse…
Suas poesias são muito cinestésicas, adoro...
faz-nos sentir aquela cor, aquele calor, e aquele cheiro... de quando o sol acaba de se pôr e a noite ainda não chegou...
bjs
Dom Jorge disse…
O poema acima é de fato um sentir apoteótico.Gostei, por que compreendi com os sentidos e não somente com a inteligência.

Parabéns!!!!!
Giu Missel disse…
maravilhoso. perfeito, amo este escrito.
gloria disse…
Um outro rio perpendicular, feito corpo que entrelaça. "Frente ao rio de luz". Um texto habitado por eros! abraço.
mariani disse…
Muito lindo seu blog

parabéns!!!!

beijokas

Postagens mais visitadas deste blog

A Aula

Amante da Lua

Múltipla