Ponto a ponto, com a boca, respiro. Testa, pausa, olhos fechados. Sinto as sobrancelhas, as pálpebras. Beijo. Vira. Devagar. Nuca, um suspiro fundo e demorado. Atrás das orelhas, o pescoço. Desço, aos poucos, aos ombros. Vértebra por vértebra, cada toque é lento, beijo por beijo, até o quadril. Agora, volto aos pés. Dedo por dedo, na boca, saboreio. Tornozelo, calcanhar, caminho subindo pelas canelas, coxas, até onde me perco. Já não há resistência. A entrega vem no toque, dentro, fora, o tempo se dissolve entre beijos, língua, movimentos que exploram os sentidos da pele: os calores e gostos, as texturas. Corpo em mãos, em bocas, nos perdemos, já nem tão devagar. A respiração se acelera. O controle se esvai, o ritmo aumenta, meu toque firme, teu corpo cede. Agora sou eu que perdido te prendo, presa não me perdes, e em meio ao desejo, já não há volta. A conexão se faz, funda e intensa, você como onda que rompe e se desfaz, sem se controlar nem ser contida, molha a praia e encharca, deix...